domingo, 10 de abril de 2011

Resposta à Carta de Lua Azul...



Querida Malu,

Como é que determinadas pessoas entram em nossas vidas e não  saem, mesmo quando elas mesmas nos dizem que não podem ficar que não querem ficar e que a gente não pode amá-las? Pois é, aconteceu comigo...
Um belo dia me vi apaixonada por um amigo, e dai juntou a curiosidade dele em ficar com uma mulher casada e a minha vontade em conhecer outro homem, já que conhecia somente meu marido...
Malu, a primeira vez foi mágica, tudo meio inconsequente, um misto de paixão e medo!!!!! Foi tudo... Tudo até que descobri que ele tinha mais duas namoradas, uma recente e outra que ele já fazia de otária a um bom tempo.  E eu no meio das duas... Eu mulher de mais de trinta, vivida, com um casamento estável e apaixonada por um inconsequente... Um mulherengo... Fiz tudo o que não podia, cenas de ciúmes pelo telefone, ligações fora de hora e quase me entreguei, aliás o chororô era tanto que acho que me entreguei e meu marido fez de desentendido. Até que um dia de tanto pelejar ele voltou, ficamos juntos mais uma vez, desta vez não sei se foram as condições de espaço, pois estávamos em minha casa, na minha cama... e a transa não foi boa, nossos corpos não se encaixaram, não foi gostoso, acho que ele foi egoísta e além do mais é ruim de cama, não chega nem aos pés do meu marido... Bem, depois de dizer a ele que nossos corpos não se encaixavam, ele me disse literalmente, me esquece... Você não pode me amar!!!!!!!!! E eu respondi... há com certeza farei este favor pra mim!!!!!!! Só que dois anos se passaram, continuo casada e ele também se casou, ouvi dizer que se casou por dinheiro... Mas o certo é que mesmo a transa sendo “meia boca”, eu não consigo esquecê-lo,  as vezes me pego pedindo a vida para trazê-lo de volta pra mim, porque desta vez será melhor... Socoooooooooooooooooooooooooorrro!!! Malu, eu preciso me livrar deste encosto!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

Ass.:    lua azul...
Obs: texto publicado na forma original.




Querida Lua Azul,


Tem uma série de questões para você refletir. Uma delas é em relação ao seu próprio casamento. Como está? Você já esgotou as fontes de investimento? Houve uma conversa clara a respeito das dificuldades encontradas? Como anda a qualidade de vida de vocês? São questionamentos que somente cabe a você refletir e responder a si mesma.
Bem, agora vou abordar a respeito de seu caso extraconjugal. Talvez você tenha se apaixonado pela ilusão que criou, pelo desejo que teve de afeto e carinho.
Esta pessoa pareceu-me sedutora. Tipo da que seduz e depois abandona.
Realmente ele não deve ter medido esforços para te encantar no primeiro encontro. Você sente saudades do que viveu com ele e não dele.
Sendo assim, sugiro que invista mais na sua vida. Busque realizar coisas que te possa fazer feliz. Nas entrelinhas parece que você sente saudades até daquilo que ainda não viveu. Levanto ainda a hipótese de que esta pessoa é realmente egoísta e você é merecedora de uma vida melhor, sem migalhas de afetos.
Beijos
Malu
Peço licença para falar a lua azul...Estive pesquisando, recentemente, (coincidência) sobre o termo “lua azul” e se refere comumente à segunda Lua Cheia que ocorre num mesmo mês. A frequência de acontecimento, é de 1 vez a cada 2 anos ou 3 anos. As últimas luas azuis ocorreram em 31 de maio de 2007 e 31 de dezembro de 2009. A próxima lua azul deverá ocorrer em Agosto de 2012. Dizem ser um momento para trabalhar o eu interior, a religiosidade, a intuição e potencializar os poderes psíquicos.
A nota é somente elucidativa, mas talvez venha ao encontro do que foi relatado. Não almejo falar numa visão da psicologia, afinal não tenho conhecimento para tanto. Porém, estabeleço um diálogo como mulher que vivenciou várias situações em vários âmbitos (pessoal, profissional). As vezes nos acomodamos diante da vida (entre a vida que vivenciamos e a que almejamos vivenciar). Eis que começamos a vislumbrar um “Salvador da Pátria”, aquele que vem para nos tirar do castelo que vivemos enclausuradas. No caso, vivemos (e nos sentimos) como a personagem Rapunzel do conto de fadas. O salvador da Pátria faz as vezes dos príncipe encantado, que na maioria das vezes de “encantado” não tem nada (está mais para sapo). Criei o termo “Salvador da Pátria” alguns anos atrás, vivenciava um casamento infeliz e ficava a esperar pelo tal Salvador, que me tiraria de todo o “sofrimento” emocional (aquele que seria como um divisor de águas na minha vida)
Certamente me enganei por muito tempo. Nesse processo, me perdi tantas vezes, me busquei em pessoas e em lugares. Me envolvi, me invadi, mas somente assim foi possível desvendar meu sentir. E perceber que meu porto seguro habitava em mim.
O “salvamento” parte de nós, habita nosso eu interior. Quando focamos em nossas metas, nossos objetivos, enfim, nosso querer, nos sentimos mais vivas. Obstáculos existem, pórem quando temos paz interior para transpô-los tudo ser torna mais fácil.
Lua azul, esquecer dói, mas para recomeçar esquecer é preciso... O amor é vida e sendo vida é um ciclo, onde os verbetes como recomeçar, esquecer, amar, enfim, viver fazem parte.
Parafraseando Mário Quintana: “Cuidem de seus jardins. As borboletas virão naturalmente”. Algo que venho pregando exatamente há três anos. Mulheres espertas seguem focando em si, trilhando seu caminho, cuidando da saúde física, mental e espiritual. Quando menos esperam encontram “não quem ela estava procurando, mas quem estava procurando por ela” (Mário Quintana).
Até
Roseli A.
http://somenteimpressoes.blogspot.com/


 


Um comentário:

  1. Gente, adorei esse diálogo em torno da experiência e do texto de Lua Azul. Parabéns Malu e Rose, minhas grandes amigas. Continuo acompanhando vcs daqui de Floripa!

    Beijos

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